O Trader e o Navegador (Amyr Klink)

Há pouco tempo, assisti a uma palestra do Amyr Klink e fiquei tão encantada que resolvi ler o seu livro “Não há tempo a perder”.

Caso você não saiba, Amyr Klink, nascido em São Paulo, filho de pai libanês e mãe sueca, é um dos maiores navegadores da história mundial recente.
É um aventureiro, explorador, escritor de vários livros best-sellers, empresário e empreendedor de diversas expedições marítimas.
Foi o primeiro homem a atravessar o Atlântico Sul a remo em 1984 e a navegar ao redor da região polar ártica em 1998.
Sem contar que é uma pessoa de uma humildade e simpatia ímpares.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção nesse livro é o próprio título: “não há tempo a perder”.
Eu achei isso muito curioso porque ele passa muito tempo, anos, planejando uma viagem, construindo o barco, pensando e organizando os mínimos detalhes para só então partir.
Aos olhos de uma outra pessoa, dedicar todo esse tempo, que às vezes é 2, 3, 4 vezes maior que o período do próprio percurso pode parecer uma grande perda de tempo, mas na visão dele não. Pelo contrário, é investimento, faz parte do projeto.

E quantas pessoas que você conhece que já disseram “estudar o mercado financeiro ou tentar ser trader, estudar as suas operações ou fazer mais um curso, tudo isso é perda de tempo”. Mas se você tem o propósito de ser Trader, de ter bons resultados no mercado, isso deve fazer parte do projeto, isso deve ser considerado investimento e não perda de tempo.

Pro Amyr, a maior perda de tempo é ficar à deriva, é você não saber para onde quer ir, aonde quer chegar e não trabalhar para que isso aconteça.
Ele diz que quando colocamos um projeto em prática, constatamos que podemos mudar, refazer, consertar milhares de coisas. Quase tudo, na verdade – com exceção do tempo. Um hora perdida é uma hora perdida. Esse é um bem não reciclável, indomável, que não podemos possuir. E que o pior é que perdemos consciência dessa grandeza – do escoamento contínuo de possibilidades – quando trabalhamos sem um propósito, quando estamos à deriva.

E é a mesma coisa no mercado, pois se você não sabe qual é o seu objetivo, não tiver um propósito definido, “por que motivo você quer ser Trader” é como você navegar à deriva e certamente estará perdendo o seu bem mais precioso: o seu tempo.

Como eu falei, pra fazer a travessia a remo do Atlântico Sul ele passou anos estudando, pesquisou livros sobre viagens e biografias de grandes exploradores, estudou astronomia, o regime das correntes oceânicas, todas as características do percurso. Foram ANOS de pesquisa e insistência até que saíssem do papel os primeiros desenhos do barco a remo, e aí mais o período de construção, as burocracias e tudo o mais.
Ele ficou ANOS se preparando para ficar apenas 100 dias no mar.

E o interessante é que ele fala que quando decidiu que faria essa travessia, ele precisou desse tempo todo também para se preparar pois o projeto exigia várias habilidades que ele não tinha. Diz que durante esse projeto ele foi se despindo aos poucos do que ele acreditava que deveria ser, do que presumia ser necessário, para então procurar pessoas que entendiam bem de cada assunto específico para ajudar ele a desenvolver essas habilidades que eram necessárias.

E aí eu te pergunto: você dedica o seu tempo e energia para desenvolver as habilidades que precisa pra ser um excelente trader? E essas habilidades não são apenas técnicas e estratégias operacionais, mas a capacidade de executá-las, o controle emocional, a disciplina, ou você acha isso perda de tempo?

Quais são as habilidades de um Trader Vencedor e quanto você possui dessas habilidades hoje?

Outro ponto interessante que ele conta é que estudando as tentativas anteriores dessa travessia, ele identificou que as pessoas que morriam na tentativa era porque o barco capotava. Então ele pensou, “simples… vou construir um barco incapotável” e se empenhou pra isso.
Até que em certo ponto, com a ajuda de um engenheiro, se deu conta de que isso era IMPOSSÍVEL, que não tinha como construir um barco incapotável. Foi aí que ele decidiu abraçar o problema. Em vez de construir um barco incapotável, resolveu projetar um barco feito pra capotar. E foi o que ele fez e o que o permitiu fazer a travessia. Ele conta que na primeira vez que o barco capotou foi desespero total, porque eram umas 16 válvulas pra ele abrir na sequência certa pra desvirar o barco, mas ele conseguiu e depois disso o barco virou várias e várias vezes e aquele procedimento foi ficando cada vez mais simples, e ele conseguiu realizar o feito da travessia.

E esse pra mim também é um grande aprendizado. Essa capacidade de olhar para algo que aparentemente é um problema – pode ser a sua dificuldade pra aumentar a mão, pra stopar a operação onde deve, pra controlar o emocional, pra seguir o gerenciamento de risco – e ver isso como uma oportunidade.
Você encarar as dificuldades de frente e buscar a solução, afinal de contas, não adianta fugir do problema, é preciso superar.

Outro ponto interessante que ele aborda é a questão da disciplina, da falsa liberdade e da necessidade das suas próprias regras, que inclusive é um tema que já abordamos aqui. Vou deixar o link aqui para você ver depois.

Ele fala que durante a travessia da África, aos 29 anos, ele podia remar quantas horas quisesse, vagabundear o quanto bem entendesse, dormir o tempo que conseguisse. Podia passar um dia inteiro dormindo e no outro remar 12 horas sem parar. Ele tinha essa falsa sensação de liberdade.
Isso porque ele precisava avançar 34 milhas por dia pra cumprir o percurso em 100 dias e estava conseguindo só 25, mas ele só tinha mantimentos pros 100 dias mais uma margenzinha de segurança. Então, se ele deixasse por conta da própria disposição, não funcionava. Nada funcionava daquela forma tão caótica, em que vivia refém da falta de regras, de um falsa liberdade. Quando ele resolveu adotar uma legislação trabalhista, em que passou a ser profissional do seu próprio projeto, aí sim ele conseguiu avançar.

Eu não tô dizendo aqui que você precisa ficar oito horas por dia, cinco dias da semana na frente do computador operando e estudando pra ser um Trader, mas a questão que fica é o quão profissional você encara essa atividade?
Eu já falei que no mercado você tem a liberdade de criar as suas próprias regras, desde que elas sejam condizentes com seus objetivos e que você tenha a disciplina para segui-las.
Já pensou se o Amyr resolvesse não fazer nada, só pescar, justamente num dia que o vento tava favorável para andar e deixasse pra remar no outro em que caía uma tempestade?

Ele afirma que as menores coisas são importantes para progredir, cada milímetro de esforço conta.
E que a coragem necessária não era pra atravessar o Atlântico, mas pra perseverar todos os dias.

E é essa coragem que você precisa ter, a coragem para vencer a cada dia no mercado, pra manter a sua disciplina acima dos resultados financeiros, pra perseverar e assim conseguir vencer.

E a maior lição que fica, sem sombra de dúvida, é o amor pelo que se faz. Ele diz que quando você se apaixona por uma ideia, mesmo que utópica ou extremamente arriscada, você vai encontrando meios e determinação até o ponto em que acontece.
E em segundo lugar é a própria determinação, o que o Amyr tem de sobra. Sobre determinação, ele chega a dizer que tem um vínculo radical com algumas decisões que toma, que mergulha nelas. Lá no fundo, ele sabe que vai se empenhar inteiro, o tempo que for preciso, até fazer acontecer.
Ele acredita que mesmo as ideias mais absurdas podem se tornar factíveis se você se compromete a destrinchar cada pedaço do caminho.

E se você também assistiu a essa palestra ou já leu algum livro do Amyr, te convido a compartilhar, a deixa aqui nos comentários quais foram os insights e ensinamentos que você teve com esse grande homem.

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